Desembargador Rosene Arão de Cristo Pereira

DESEMBARGADOR ROSENE ARÃO DE CRISTO PEREIRA
Por desembargador Robson Marques Cury
Rosene Arão de Cristo Pereira, filho de Manoel Pereira Coelho e Alaíde Vidal Coelho, nasceu no dia 19 de dezembro de 1940, em Campo Largo (PR). Bacharel pela Faculdade de Direito de Curitiba, em 1969. Rosene era casado com Maria Cristina Silva de Cristo Pereira, com quem teve as filhas Camila Maria e Maria Manuela, além de dois netos.
Exerceu a advocacia até 1975, quando foi aprovado em concurso público para juiz substituto, exercendo suas funções na comarca de Ivaiporã. Após novo concurso, em 30 de agosto de 1977, foi nomeado juiz de direito da comarca de Cândido de Abreu, judicando, ainda, nas comarcas de Ibiporã, Campo Mourão, Ivaiporã, Londrina e Curitiba. Na Capital, atuou junto às 1ª e 8ª Varas Cíveis, e no período de 1991 a 1992, foi juiz auxiliar da Corregedoria-Geral da Justiça.
Em 23 de abril de 1996, foi empossado juiz do Tribunal de Alçada e, no dia 16 de agosto de 2004, foi promovido ao cargo de desembargador do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná.
Aposentou-se compulsoriamente no dia 19 de dezembro de 2010.
Ele era apaixonado por leitura, de qualquer assunto, como conhecimento geral. Nos momentos livres, gostava de tomar chimarrão com os amigos e assistir programas de culinária, apesar de não saber cozinhar. A filha Manuela conta: “Ele tinha cara de bravo, mas era coração mole, ajudava muito as pessoas sem esperar nada em troca”, contou. Rosene também era muito bom em dar conselhos aos amigos e familiares.
Para quem trabalhava junto com ele, sempre foi um bom professor e criava uma relação de amizade, até mesmo de conviver com sua família. “Era um homem calmo, ponderado, acreditava no lado bom de todo mundo, o que consideramos uma grande virtude dele”, comenta Manuela, ressaltando que o pai sempre foi uma pessoa muito positiva.
Rosene faleceu no dia 09 de abril de 2018, em Campo Largo-PR.
Irmão do desembargador José Antônio Vidal Coelho.
Atuante e produtivo, aliado à sua seriedade, o magistrado marcou de forma indelével a sua carreira, como exemplo para as novas gerações de julgadores. A comarca de Ivaiporã, onde atuou, era a menina dos seus olhos. Costumava fechar as suas sentenças com a expressão “Prestação jurisdicional entregue”.
Fui, como magistrado mais novo, admirador da sua postura como jurista ético. Apreciador do tradicional mate, reunia os amigos para saborear a infusão da “ilex paraguariensis”. Também sou apreciador e aprendi através dos meus familiares nascidos na região ervateira do município de Rio Azul, comarca de Rebouças.
Muitos colegas desfrutavam desse salutar hábito. Destaco Sidney Mora, quando juiz de direito, reunia os amigos para o mate no gabinete das varas onde trabalhou. O desembargador Leonardo Pacheco Lustosa reunia todas as manhãs os colegas na roda de chimarrão no seu gabinete do Tribunal de Alçada e depois no gabinete do Tribunal de Justiça. O desembargador Paulo Cesar Bellio, também amigo do Rosene, desfruta desse salutar hábito. Fui assíduo frequentador dessas rodas de chimarrão.
Rosene Arão de Cristo Pereira foi homenageado na comemoração dos 70 anos da comarca de Londrina, juntamente com os demais juízes que por lá passaram. Realizada em 27 de janeiro de 2009, em solenidade presidida pelo seu irmão - o desembargador José Antonio Vidal Coelho, então presidente do TJPR, oportunidade em que falaram o desembargador Milani de Moura e a desembargadora Lidia Maejima.